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Espécies Florestais
Diversidade Florestal no Brasil
O Brasil possui cerca de 496 milhões de hectares de florestas, sendo o segundo país com a maior área florestal do mundo. Essa riqueza natural faz com que o setor florestal brasileiro seja estratégico para a economia do país e para as agendas internacionais de conservação ambiental e combate aos efeitos adversos das mudanças climáticas.
Além da extensão florestal, o Brasil também é considerado um país com grande diversidade por sua variedade de formações vegetais e ecossistemas, que abrigam uma das floras mais diversas e exuberantes do planeta.
De acordo com o projeto Flora e Funga do Brasil, o país abriga mais de 53 mil espécies, entre nativas, naturalizadas e cultivadas. Esse total divide-se em Algas, Briófitas, Samambaias e Licófitas, Gimnospermas, Angiospermas e Fungos (Flora e Funga do Brasil, agosto/2025).
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Levantamento de espécies da flora pelo Serviço Florestal Brasileiro
O principal levantamento de dados sobre recursos florestais do Brasil é realizado pelo Inventário Florestal Nacional (IFN), previsto na Lei n° 12.651/2012 como uma política pública coordenada pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) para coletar e analisar dados detalhados sobre as florestas do país (Brasil, 2024).
O objetivo do IFN é produzir informações sobre as florestas em todo o território brasileiro, por meio da coleta de dados em campo de forma sistemática e periódica, sobre composição, saúde, biodiversidade, estoques de biomassa e carbono e dinâmica das florestas. Trata-se de uma base de dados qualificada e atualizada, imprescindível para a formulação de políticas públicas e estratégias de manejo sustentável e conservação dos recursos florestais. Os dados gerados também atendem à crescente demanda de organizações e governos em acordos internacionais, além de instituições de pesquisa e universidades.

Pesquisa florestal e Ferramentas para a tomada de decisão
Banco de dados de Madeiras do Brasil e Chave interativa de identificação de madeiras do Laboratório de Produtos Florestais do Serviço Florestal Brasileiro
O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) promove o desenvolvimento de pesquisas tecnológicas sobre os recursos e produtos florestais para atender tanto às necessidades dos órgãos de governo quanto à demanda crescente de diversos setores da economia brasileira. As pesquisas são realizadas pelo Laboratório de Produtos Florestais (LPF), centro especializado em tecnologia da madeira e produtos florestais. Um dos resultados das pesquisas do LPF é o banco de dados Madeiras do Brasil, uma ferramenta essencial à disposição da indústria de base florestal, da comunidade acadêmica e da sociedade. Ele permite conhecer diversas espécies de madeiras brasileiras, suas características e possíveis usos.
Essa iniciativa contribui para ampliar o uso de um número maior de espécies florestais, em áreas de manejo florestal sustentável, e incentiva a comercialização de espécies pouco conhecidas, no mercado nacional e internacional. Tudo isso contribui também para melhorar o desempenho econômico do setor florestal brasileiro.

Acesse os dados Banco de Madeiras Brasileiras
Além do banco de dados de madeiras brasileiras, o LPF também disponibiliza a chave interativa de identificação de madeiras - Madeiras Comerciais do Brasil, uma ferramenta útil para auxiliar a difícil tarefa de identificar peças de madeira. A organização desta base de dados surgiu da necessidade de se ter uma ferramenta para o reconhecimento de espécies madeireiras comumente comercializadas no Brasil. Consiste em um sistema de identificação interativo baseado em um conjunto de caracteres anatômicos macroscópicos e propriedades organolépticas que conduzem o usuário por meio de um sistema de filtros. Além destes dados, também há informações relevantes de conservação e comercialização, distribuição geográfica, bioma e dados de nomenclatura comercial e científica.
WebAmbiente da Embrapa
Uma importante ferramenta desenvolvida pela Embrapa e pela Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, é o WebAmbiente, um sistema de informação interativo para auxiliar tomadas de decisão no processo de adequação ambiental da paisagem rural e contempla o maior banco de dados já produzido no Brasil sobre espécies vegetais nativas e estratégias para recomposição ambiental.
No sistema é possível realizar simulações de recomposição ambiental que fornece sugestões específicas para recomposição de áreas, além de ter acesso a informações sobre identificação botânica, distribuição geográfica, produção de mudas, formas de plantio, literatura específica e imagens para as espécies catalogadas.
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Pamgia do Ibama
O Governo Federal, no âmbito do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), apresenta, ainda, a Pamgia, a Plataforma de Análise e Monitoramento Geoespacial da Informação Ambiental que centraliza e fornece de forma dinâmica e integrada as informações ambientais de interesse do Ibama e de seus parceiros, permitindo que os dados temáticos sejam visualizados de forma estatística e geoespacial pelos usuários.
Com informações sobre Flora e Madeira, Combate ao desmatamento, Recuperação Ambiental e muitos outros temas, a plataforma permite ao usuário o acesso a painéis interativos, legislações, publicações, dados abertos, entre outros recursos. No que se refere às informações sobre Flora e Madeira, é possível acessar dados do Sistema Nacional de Origem dos Produtos Florestais (SINAFLOR), além de informações sobre autorizações de exploração sobre produção madeireira, importação, comércio e transporte de produtos madeireiros e exportação de produtos florestais.
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Espécies Florestais Ameaçadas de Extinção
Como resultado da pressão sobre as florestas, muitos ecossistemas são alterados ou até mesmo destruídos, levando muitas espécies a condições críticas de sobrevivência. Para avaliar quais e quantas espécies de fauna e flora se encontram ameaçadas no Brasil, pesquisas e estudos técnicos liderados pelo ICMBio (Fauna) e CNCFlora/JBRJ (Flora) em parcerias entre governos, instituições de pesquisas e ONGs, são conduzidos para classificar e categorizar os status de ameaças das espécies de acordo com critérios da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), utilizando de dados sobre a distribuição geográfica, ecologia e as condição do ambiente. A lista produzida pelo ICMBio e CNCFlora é divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) intitulada "Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção", sendo a mais recente publicada por meio da Portaria nº 148, de 07 de junho de 2022. A nova lista conta com a avaliação de mais de 7,5 mil espécies da flora brasileira e mais de 15 mil espécies de fauna. Neste documento, as espécies estão divididas nas categorias criticamente em perigo – provavelmente extinta (CR (PEX); criticamente em perigo (CR); em perigo (EN; e vulnerável (VU).
Destaca-se que mais de 130 espécies da flora saíram das categorias de ameaça, considerando a reavaliação de seus estados de conservação. Cerca de 50 espécies foram indicadas para categorias de menor ameaça do que aquelas em que estavam na lista de 2014.
Prevenção da extinção de espécies
Uma importante inciativa para a prevenção da extinção de espécies é a Cites, a Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, assinada pelo Brasil em 1975, para regular de forma eficaz o comércio de espécies da fauna e flora, prevenindo-as do perigo de extinção, quando a ameaça for o comércio internacional. Para tanto, atribui aos países produtores e consumidores sua parte na responsabilidade comum e estabelece mecanismos necessários para garantir a exploração não prejudicial das populações. Com base nos procedimentos propostos pela Convenção, o governo brasileiro - por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), incorporou em seus procedimentos para a avaliação e emissão de Licenças de exportação/importação.
Cerca de 5.950 espécies de animais e 32.800 espécies de plantas de todo o mundo são protegidas pela Cites contra a sobre-exploração devido ao comércio internacional (Cites, agosto/2025). Elas estão incluídas nos anexos da Cites agrupadas de acordo com o grau de ameaça. As espécies do Anexo I são consideradas ameaçadas de extinção, as espécies do Anexo II são aquelas que, embora atualmente não se encontrem necessariamente em perigo de extinção, poderão chegar a esta situação, a menos que o comércio de espécimes esteja sujeito a regulamentação rigorosa, e as espécies do Anexo III foram incluídas à lista por solicitação direta do país onde sua exploração necessita ser restrita ou impedida e que requer a cooperação em seu controle internacional.
Destaca-se, ainda, que o Brasil possui espécies florestais protegidas por legislação federal, as chamadas madeiras de lei, cujo corte é proibido. Entre elas estão a Castanheira (Bertholletia excelsa Bonpl. - Decreto 5.975/2006), Seringueira (Hevea spp. - Decreto 5.975/2006) e o Mogno (Swietenia macrophylla King - Decreto 6.472/2008).
No ano de 2025, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) anunciou um Período de Defeso Florestal, vigente de 31 de janeiro de 2025 a 15 de maio de 2025. A medida se refere a uma restrição sazonal que ocorre anualmente no estado do Amazonas, coincidindo com o período chuvoso da região, sendo respaldada por dispositivos legais, como a Resolução CONAMA nº 406/2009, Resolução CEMAAM nº 35/2022, Instrução Normativa do Ibama nº 22/2013 e a Lei Estadual nº 3.785/2012. Durante esse tempo, ficam proibidas as atividades de corte, arraste e transporte de madeira na floresta (Ipaam, 2025).
A instituição de período de defeso florestal acontece, também, no estado de Santa Catarina, em que o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) implementa diversas ações que buscam garantir a preservação dos remanescentes da Florestas de Araucárias. Entre as medidas que visam o equilíbrio desse ecossistema está a proibição da colheira, do transporte e da comercialização do pinhão antes do dia primeiro de abril. Tal período foi estabelecido pela Lei Estadual n° 15.457/2011 com o objetivo de garantir o amadurecimento das sementes do pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia) e, com isso, a reprodução da espécie, a alimentação de animais silvestres e os benefícios socioeconômicos do extrativismo do pinhão (IMA, agosto/2025).
Referências
Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 25 de julho de 2025.
Brasil. Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Florestas do Brasil: dados e estatísticas 2024; - Brasília, DF: MMA, 2024. 264p.
CORADIN,V. T. R.; CAMARGOS, J. A. A.; PASTORE, T. C. M.; CHRISTO, A. G. Madeiras comerciais do Brasil: chave interativa de identificação baseada em caracteres gerais e macroscópicos = Brazilian commercial timbers:interactive identification key based on general and macroscopic features. Serviço Florestal Brasileiro, Laboratório de Produtos Florestais: Brasília, 2010. CD-ROOM. Versão 1, Janeiro de 2022 (Lucid v4 Player).
Ibama. Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites). Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Disponível em: <https://www.gov.br/ibama/pt-br/assuntos/biodiversidade/cites-e-comercio-exterior/convencao-sobre-comercio-internacional-das-especies-da-flora-e-fauna-selvagens-em-perigo-de-extincao-cites>. Acesso em: 28 de agosto de 2025.
IMA, Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina. IMA explica: defeso do pinhão ajuda a preservar a flora, a fauna e os benefícios socioeconômicos do extrativismo. Disponível em: <https://www.ima.sc.gov.br/index.php/noticias/2756-ima-explica-defeso-do-pinhao-ajuda-a-preservar-a-flora-a-fauna-e-os-beneficios-socioeconomicos-do-extrativismo>. Acesso em 28 de agosto de 2025.
IPAAM, Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas. Ipaam anuncia Período de Defeso Florestal no Amazonas. Disponível em: <https://www.ipaam.am.gov.br/ipaam-anuncia-periodo-de-defeso-florestal-no-amazonas/>. Acesso em 07 de agosto de 2025.